segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Cena oito: Os meninos de Belém


Partiram então os soldados de Herodes, determinados a roubar a vida de cada menino com aparência menor do que dois anos de idade.
Partiram, não se sabe exatamente quantos deles, levando nas mãos a lamina de metal e no peito um coração de pedra.
Seguiram por alguns quilômetros para dentro daquela noite negra e à medida que se aproximavam de Belém, além do coração de pedra e das mãos assassinas, vestiram-se de olhos de víbora e iniciaram a caçada infame que lhes garantiria o inferno eterno no julgamento da humanidade pelos milênios afora.
Meninos de despediram desta vida sem perceber.
Mães formam mergulhadas em um inacessível lodaçal de dor.
Gritos, choro, ranger de dentes, pedidos inconsoláveis de piedade...
E a impassividade dos soldados maus,cegos seguidores de um rei mau...
A dor misturada com o sangue que já não jorrava quente dos pequenos corpos daqueles santos inocentes impiedosamente mutilados e destruídos sonorizadas pelos gritos surdos das mães apavoradas e impotentes diante da perda de seus filhos, o horror de todos em torno diante de tudo aquilo emprestavam àquela noite um luto e uma escuridão assustadoras...
Nunca se soube bem quantos meninos ao todo foram mortos...
Nunca se esqueceu, entretanto, através dos milênios, aquela noite...
A mais triste noite da história do nascimento do cordeiro de Deus...
A noite dos primeiros mártires do Cristianismo...

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